O santo padroeiro do humanismo é uma figura enigmática. Não temos como saber como era de fato Sócrates, já que a imagem que dele temos foi moldada por Platão. O fundador da filosofia ocidental pode ter sido um sofista que, em vez de aceitar que nada sabia, acreditava nada haver que valesse a pena saber; ou um praticante tardio do xamanismo cujos vislumbres de verdade procediam de um oráculo interno. Pode até ter sido como Platão o descrevia, um místico racionalista que acreditava que os seres humanos — ou pelo menos alguns poucos iniciados — eram capazes de ganhar acesso a um reino além do tempo.
Não importa muito quem ou o que Sócrates pode ter sido, já que o poder que exerce sobre a mente é o poder do mito. A herança socrática consiste em certo número de artigos de fé que de uma maneira ou de outra moldaram o pensamento humanista. A ideia de que o mal humano é um erro, destinado a desaparecer com o avanço do conhecimento; de que a boa vida é necessariamente uma vida examinada; de que a prática da razão pode capacitar os seres humanos a determinar seu próprio destino — essas alegações altamente questionáveis têm sido repetidas como axiomas incontestáveis desde que Sócrates adquiriu o status de santo humanista. Nietzsche, que criticava Sócrates ferozmente sem nunca deixar de admirá-lo e reverenciá-lo, escreveu: “Somos obrigados a ver em Sócrates o único ponto em torno do qual a chamada história do mundo dá voltas e reviravoltas.”
No mínimo pelo pressuposto implícito de que é o pensamento europeu que molda a história do mundo, trata-se de uma afirmação extravagante. Mas é verdade que boa parte do pensamento moderno baseia-se em premissas socráticas. Ao criticar Sócrates como suprema fonte do humanismo, Nietzsche olhava retrospectivamente para uma cultura grega arcaica e pré-filosófica que talvez nunca tenha existido da maneira dionisíaca por ele imaginada. Mas, quando escreve que “a imagem de Sócrates moribundo, o homem que se eleva acima do medo da morte pelo conhecimento e a razão, é o escudo heráldico erguido acima do portão de entrada da ciência para lembrar a todos o seu propósito, a saber, fazer com que a existência pareça inteligível e, portanto, justificada”, Nietzsche descreve com precisão a fé pela qual de fato vivem aqueles que, no Ocidente, acham que abriram mão da religião.”
Como bem sabia Nietzsche, essa crença tem como um de seus princípios que a tragédia não é um fato definitivo: o que consideramos trágico é apenas um tipo de fracasso, de consequências infelizes ou desastrosas, que pode ter sua incidência e seus efeitos minimizados com o tempo. Com alguma previdência, a tragédia pode ser evitada, ou então — se ela se revelar inevitável — usada para estimular as aspirações humanas por um futuro. Os seres humanos certamente haverão sempre de sofrer perdas e tristeza. Mas a vida humana não precisa ser trágica. Pois se a tragédia sempre pode ser evitada ou redimida, no fim das contas não existe tragédia.
Essa visão foi atribuída ao rei greco-tebano mitológico Penteu pelo poeta americano Robinson Jeffers (1887-1962) em “A tragédia humanista”, breve tradução em versos da peça As Bacantes, de Eurípedes. Influente em certa época, depois muito polêmico e por fim quase esquecido, Jeffers é um dos mais interessantes críticos do humanismo no século XX. Ele reformulou o drama grego como uma imagem poética, dando a entender que a tragédia é algo inerente ao ser humano, mas ainda assim existe algo além da tragédia.
Acreditando na razão, Penteu proibiu o culto de Dionísio, o deus do vinho, do êxtase e dos excessos. Depois de atrair a mãe de Penteu, juntamente com outras mulheres tebanas, para uma montanha onde participam de ritos báquicos, Dionísio atrai Penteu para a montanha, onde o rei é trucidado pelas participantes. Possuída pelo deus, a mãe de Penteu está entre as que matam o rei. Acreditando tratar-se da cabeça de um leão, ela leva a cabeça do filho à corte real. O transe passa e ela se dá conta do que fez. Arruinada, vai para o exílio com suas irmãs. Permanece apenas um velho cego. Jeffers relata de que maneira Penteu — “Não como um animal criado na torrente da paixão, barco sem remo, mas atento à própria dignidade como ser humano, rei e grego” — é levado a presenciar a orgia báquica:
Sem medo nem prazer,
Como um homem espia animais nocivos, ele escondido espiava
O coro raivoso do Deus.
Elas tinham varas com pinhas na ponta, andavam seminuas, roucas das suas canções insanas; a espuma das suas bocas,
se misturava
A vinho e suor escorrendo por seus corpos. Ó tolas, barcos
Sem remo levados pela torrente da paixão,
Esquecendo completamente toda dignidade do homem, o orgulho do único animal dotado de autocontrole,
Que comanda a própria alma e determina até
O destino, por algum tempo.
O único animal que transforma os meios em fim.
Em vez de reforçar a fé de Penteu na razão, a visão daquele frenesi mergulha o rei em confusão:
“Para quê? Ó, para quê?”,
vinha o grito sob sua mente: “Ampliar a cidade? Subjugar a terra?
Alimentar escravos e gado, e os próprios
Rebentos, nutridos e seguros?
Ah, frutíferas-infrutíferas
Gerações para todo sempre […]. Pelo prazer” — e ele cuspiu
na terra — “o leve e raro prazer
Em superávit da dor? […]”
“As gerações”, pensou de repente,
“aspiram. Melhoram; ascendem […] Esquecera eu a finalidade
do ser? Aumentar o poder, o autocontrole e a dignidade do homem. —
Uma Criatura mais senhora de si e digna”, gemeu, “ao morrer e feder.”
Penteu quer ficar no autocontrole humano. Mas o deus aparece — “tal navio alto / enfrentando as águas” — e diz em voz baixa às adoradoras:
“Quando morrerem
Sereis parte da paz; que homem algum
Sonhe mais com a morte; não ver nem ouvir nem
imaginar; nenhum de nós, deuses, nela entra.
Sereis parte da paz, mas sem fazer
parte: como se um flautista
criasse beleza sem ouvi-la, sendo surdo e insensível.
Mas vivendo, se quiserdes,
Será possível romper vossa prisão e entrar na
Natureza das coisas e usar a beleza. Vinho
e anarquia, arte e música, amor, autotortura, religião,
São meios mas não necessários, a contemplação o fará. Apenas
Para romper o autocontrole humano?”
O deus articula a visão de mundo de Jeffers, que ele próprio chamava de des-humanismo, “uma mudança de ênfase e significado do homem para o não homem; a rejeição do solipsismo humano e o reconhecimento da magnificência trans-humana […]. Este modo de pensamento e sentimento não é misantropo nem pessimista, embora duas ou três pessoas o tenham dito e possam voltar a dizê-lo. Não envolve nenhuma mentira e é um modo de preservar a sanidade em tempos complicados; tem verdade e valor objetivos. Propõe um distanciamento razoável como norma de conduta, em vez do amor, do ódio e da inveja. Neutraliza o fanatismo e as expectativas absurdas; mas confere majestade ao instinto religioso e atende a nossa necessidade de admirar a grandeza e nos regozijar com a beleza.”
A atitude preconizada por Jeffers, que ele próprio tentou sem êxito adotar, envolvia “a desvalorização das ilusões humanas, o voltar-se para fora, do homem para o que é infinitamente maior”. Os seres humanos precisavam desse voltar-se para fora para não continuar eternamente se voltando uns contra os outros: “se em uma futura civilização os sonhos da Utopia incrivelmente viessem a se concretizar, e os homens de fato se libertassem da necessidade e do medo, tanto mais eles haveriam de precisar desse santuário, frente ao mortal vazio e à falta de significado de sua vida, tranquilamente entendidos em sua plenitude. Muito mais que o babuíno ou o lobo, o homem é um animal formado para o conflito; sem ele, sua vida lhe parece sem sentido. Só uma clara mudança de significado e ênfase, do homem para o que não é homem, nem um Deus sonhado pelo homem, uma projeção do homem, pode a longo prazo capacitá-lo para suportar a paz.”
Retirando-se em 1914 para o litoral bravio do norte da Califórnia, Jeffers construiu uma casa de pedra perto de Carmel para nela morar com sua mulher (que morreu em 1950), e ali passou o resto da vida. Nessa semirreclusão, tentou permanecer distante dos conflitos humanos de cuja insignificância falava. Queria reviver o senso trágico; mas não se mostrou capaz de ver a tragédia quando era encenada bem à sua frente. Justificadamente considerando a Primeira Guerra Mundial uma catástrofe, não foi capaz de ver que a Segunda Guerra Mundial haveria de se seguir, como trágica necessidade. Apoiando o isolamento americano, ele se esforçava por adotar uma pose de distanciamento:
[…] até os P-38s e as Fortalezas
Voadoras são naturais como moscas;
Apenas o homem, suas dores e fúrias não são o que
Parecem ao homem, nem grandes nem comoventes, mas na verdadePequenos demais para causar algum distúrbio. O que é bom.
É a sensatez, a misericórdia. É verdade que
As cidades assassinadas
Deixam marcas na terra por algum tempo, como
Marcas de chuva na argila, igualmente belas.”
As tentativas de Jeffers de encontrar beleza no desesperado conflito que se seguiu ao ataque a Pearl Harbour destruíram sua reputação como poeta. Publicados em 1948, os poemas pareciam corroborar as acusações de seus críticos, que o consideravam um inimigo da civilização. Ao exigir o isolamento americano em uma guerra contra uma repugnante versão da barbárie moderna, o poeta recluso cometia um erro claro. Mas Jeffers estava certo na tentativa de convencer seus contemporâneos de que o animal humano enlouquece quando mergulha no mundo humano.
Ele foi criticado de forma mais equilibrada pelo poeta polonês Czeslaw Milosz, que durante algum tempo viveu não muito longe de Carmel, e embora admirasse sua coragem, rejeitava sua tentativa — e de qualquer outro — de olhar para fora do mundo humano. Milosz observou que Jeffers “era um escritor religioso, embora não no sentido que seria aprovado por seu pai, um pastor calvinista”.
É uma observação de grande perspicácia, mas o fato é que Jeffers não abandonou totalmente a crença do pai. Como Nietzsche — cujo pai também era pastor —, Jeffers nunca deixou o cristianismo para trás. Em vez de considerar que o universo emanava de Deus, ele o via como um processo sem propósito — mas que ainda assim devia ser objeto de devoção. Tal como os prazeres comuns da vida deviam ser abandonados em nome da deidade punitiva de seu pai, para Jeffers os sentimentos humanos precisavam ser sacrificados em nome de uma divindade panteísta. Jeffers amava o oceano e vivia perto dele, pois o mar representava a liberdade das preocupações humanas com que sonhava. Ao salmo cósmico de Jeffers, Milosz preferia os costumes da aldeia católica de sua infância, cuja população entalhava sóis e luas nas cruzes. Escreveu Milosz em um poema dedicado a Jeffers:
A terra ensina mais que a nudez dos elementos. Ninguém
impunemente Se dota dos olhos de um deus.”
Ao tentar se dotar dos olhos de um deus, ele não estava se afastando apenas do cristianismo. Também ia de encontro aos pagãos que queria emular. Pensadores pagãos como Sêneca e Lucrécio aspiravam à calma sem paixão do cosmo. Não imaginavam que pudessem tornar-se o cosmo ainda em vida. Aceitavam a mortalidade como uma dádiva. Jeffers queria celebrar a tragédia, e, como Nietzsche, pregava o amor fati: o destino devia ser abraçado com alegria. Mas os pagãos não viam o destino como algo que devesse ser amado ou cultuado. Marco Aurélio aconselhava resignação diante do destino — e não o amor fati. Sêneca recomendava forçar o destino a lutar em igualdade de condições, e, se parecer que ele está levando vantagem, negar a vitória ao destino acabando com a própria vida.
A autoimolação dionisíaca que Nietzsche lia nos gregos arcaicos e Jeffers queria reviver era na verdade uma aceitação cristã do sacrifício e da submissão. Exatamente por esse motivo, nem Nietzsche nem Jeffers foram capazes de resgatar o sentido da tragédia. Não obstante toda a agonia que expressa, a cruz não é um símbolo trágico. Teria havido tragédia se Jesus morresse derrotado. Pelo contrário, ele volta do reino dos mortos e o mundo se redime. Com sua esperança no progresso, os anticristãos modernos ainda são discípulos de uma fé antitrágica.
Mas não é só o cristianismo que nega a tragédia. O mesmo faz a outra grande corrente da tradição ocidental que deriva de Sócrates e Platão. Como certas tradições do misticismo oriental, o platonismo dissolve o eu em uma unidade imaginária. Em “Credo”, poema que pode ter resultado de seus encontros em meados da década de 1930 com o mestre indiano Jiddu Krishnamurti, Jeffers assinalava as diferenças entre seu misticismo e o oriental:
Meu amigo da Ásia tem poderes e magia,
ele colhe uma folha azul do jovem eucalipto
E, contemplando-a, recolhendo e aquietando
O Deus em sua mente, cria um oceano mais real que
O oceano, o sal, a real
E espantosa presença, a força das águas.
Ele acredita que nada é real exceto em nossa concepção.
Eu humildemente encontrei em meu sangue
Nutrido a oeste do Cáucaso um misticismo mais duro […].
A mente
Passa, o olho se fecha, o espírito é uma passagem;
A beleza das coisas surgiu antes dos olhos e
se basta; a beleza de partir o coração
Permanecerá quando não mais houver um coração para se partir.
Jeffers considerava seu “misticismo mais duro” uma alternativa à procura introspectiva dos místicos que, buscando em si mesmos vestígios de Deus, ainda acreditam que os seres humanos são o centro das coisas. Olhando para fora a partir da humanidade, Jeffers dava um passo necessário; mas quando escreve sobre a beleza imorredoura, mostra que seu misticismo é do tipo tradicional, sobrenatural. Jeffers queria evitar a identificação das ideias humanas com a realidade atemporal, como fizera Platão; como o filósofo grego, contudo, ele projetou na natureza das coisas uma reação humana ao mundo. A beleza que segundo ele sobreviverá a qualquer olho humano é a harmonia que Platão imaginava subsistindo fora do tempo — a mesma harmonia que Sócrates supunha capaz de acabar com o infortúnio humano. Para o fundador da filosofia ocidental, o Logos — a razão universal que falava por meio dele — representava para os que a seguiam uma garantia contra qualquer perda definitiva.
Ao contrário de seus discípulos modernos, Sócrates não pensava em progresso: a salvação não era um acontecimento histórico, mas a absorção em um reino atemporal. Um dos motivos de Sócrates não ter contestado a justiça da sentença que o condenou à morte foi considerar que sua parte mais essencial não podia morrer. Essa concepção grega de uma realidade espiritual perfeita foi assimilada no teísmo, no qual se tornou parte da ideia de Deus. O misticismo de Jeffers não era o misticismo ateu a que ele aspirava, mas uma transfiguração da religião cristã e platônica.
Sem se dar conta, Jeffers renovava a fé socrática que, juntamente com o cristianismo, veio a moldar o humanismo ocidental. A associação de uma concepção grega da razão como forma de acesso a verdades atemporais a uma visão cristã da salvação na história não resultou em nenhuma síntese coerente; mas o humanismo daí resultante — secular e religioso — constituiu a tradição ocidental central. Paralelamente a essa tradição, sempre houve vozes dando a entender que a vida pode ser bem vivida sem conforto metafísico: antigos dramaturgos e céticos europeus, aventureiros intelectuais pioneiros da modernidade como Montaigne e, mais recentemente, Mauthner e Freud, pensadores que não temiam duvidar do valor do pensamento.
Se a mente humana pode um dia ser libertada do mito, não será por meio da ciência, muito menos da filosofia, mas em momentos de contemplação. Quando Wallace Stevens descreve um emigrado russo contemplando um prato de pêssegos, o russo não toca os pêssegos apenas com a mente:
Com todo o meu corpo eu saboreio esses pêssegos,
Eu os toco e cheiro. Quem fala?… Quem fala?
Mas deve ser que eu,
Esse animal, esse russo, esse exilado […][…] Eu não sabia
Que essas crueldades podiam
Apartar alguém de outro, como fazem esses pêssegos.
A revelação causada pela contemplação dos pêssegos vem a ser “que eu, esse animal”, um pobre animal mais rico do que supõe. Feitos de carne e sangue, nós podemos nos renovar contemplando. O eu que se manifesta no russo quando contempla os pêssegos lhe é desconhecido. Vendo os pêssegos com o olhar de um estranho, ele mergulha em um tipo de contemplação diferente daquela de que falam os místicos religiosos. Não foge da prisão de seu eu comum em direção a uma grande unidade, mas para um mundo externo que nunca viu antes. A visão pode trazer paz ou cruel tristeza. Em ambos os casos, é um intervalo na vida da mente.
A contemplação pode ser entendida como uma atividade destinada não a mudar o mundo ou entendê-lo, mas simplesmente a deixar que seja o que é. Ser receptivo dessa maneira não é fácil. Os dez anos em que John Baker buscou o falcão e a luta de Llewelyn Powys a vida inteira para recuperar uma visão em um lago implicavam a decidida recusa de distrações e obstáculos. Mas as epifanias resultantes não eram produto da intensa concentração que necessariamente as antecedia. A deliberada abertura da mente aos sentidos é um prelúdio de acontecimentos que não podem ser provocados.
Como a contemplação dos místicos religiosos, esse tipo de contemplação requer uma anulação do eu. Mas não com o objetivo de enveredar por um eu mais elevado — ficção deixada para trás por uma mente animal. Os místicos que buscam Deus querem ser guiados por essa ficção a um novo modo de vida. Têm razão quando consideram que uma vida feita apenas de ação é a busca de fantasmas; mas o mesmo se pode dizer da vida passada em uma fronteira fictícia entre dois mundos. O animal carente que inventou o outro mundo não vai embora, e o resultado de tentar deixar a criatura para trás é viver com seu fantasma.
A contemplação do ateu é uma condição mais radical e transitória: uma trégua temporária de um mundo demasiado humano, sem nada especial em mente. Na maioria das tradições, a vida de contemplação promete a redenção da condição humana: no cristianismo, o fim da tragédia e um vislumbre da comédia divina; no panteísmo de Jeffers, a aniquilação do eu em uma unidade extática. O misticismo ateu não pode escapar à finalidade da tragédia nem tornar eterna a beleza. Ele não dissolve o conflito interno na falsa quietude de uma calma oceânica. Tudo que oferece é o mero ser. Não há redenção da condição humana. Mas não é necessária nenhuma redenção. Escreveu Louis MacNeice:
If there has been no spiritual change of kind
Within our species since Cro-Magnon Man
And nove is looked for while the millenia cool,
Yet each of us has known mutations in the mind
When the world jumped and what had been a plan
Dissolved and rivers gushed from what seemed a pool
For every static world that you or I impose
Upon the real one must crack at times and new
Patterns from new disorders open like a rose
And old assumptions yield to new sensations.
The Stranger in the wings is waiting for his cue […]Se não houve mudança espiritual de gênero
Em nossa espécie desde o homem de Cro-Magnon
E nenhuma é esperada enquanto o milênio esfria,
E no entanto cada um de nós conheceu mutações na mente
Quando o mundo saltou e o que era um plano
Se dissolveu e rios brotaram do que parecia um lago
Pois todo mundo estático que você ou eu impomos
Ao mundo real haverá às vezes de rachar e novos
Padrões de novas desordens se abrirão como rosa
E velhos pressupostos cederão a novas sensações.
O Estranho nos bastidores está à espera da deixa […].