Voluntas: Revista Internacional de Filosofia, Santa Maria, v.11, n.1, p.227-230. Originalmente publicado sob o título La joie, la grâce et le bonheur selon Clément Rosset no periódico francês Alkemie: Revue semestrielle de littérature et philosophie, n. 11 (Dossiê temático “Le Bonheur”), junho de 2013, p. 54-56.
Resumo: Este artigo tem por objetivo apresentar as concepções de alegria, graça e felicidade nas obras de Clément Rosset.
Palavras-chave: Alegria; Graça; Felicidade; Clément Rosset
Abstract: This paper aims to present the conceptions of joy, grace and happiness in Clément Rosset’s works.
Keywords: Joy; Grace; Happiness; Clément Rosset
A alegria
A alegria é um tema constante na obra de Clément Rosset. Em seu primeiro livro, La philosophie tragique [A filosofia trágica], podemos ler: “A alegria deve ser buscada não na harmonia, mas na dissonância!”. Em Le monde et ses remèdes [O mundo e seus remédios] (1964), nós encontramos:
Há, de fato, uma única forma de aquiescência ao real, que consiste em uma potência puramente “irracional”, isto é, uma pura “dádiva” que não procede de nenhuma causa nem de razão alguma, trata-se da alegria, ou, se se preferir, do absurdo dinamismo vital, um imotivado desejo de ser.
Em Le réel: traité de l’idiotie [O real: tratado sobre a idiotia], a alegria [joie],
(allégresse) é compreendida como “o amor do real” e Rosset afirma que ela supõe “um sentimento do real”. L’objet singulier [O objeto singular], por sua vez, nos adverte: “A intensidade da alegria pode ser medida pela quantidade de saber trágico que ela implica”. Em cada um desses registros nós encontramos o “pensamento maior” de Rosset: a alegria que importa ao homem não é um contentamento que produza o esquecimento, a fuga perante o real. A alegria que nos é preciosa consiste em uma força de admissão da grande “verdade amarga” que perturba a vida: a morte… [PDF]