“Literatura e suicídio: alguns operadores de leitura” – Willian ANDRÉ

Acta Scientiarum. Language and Culture, v. 40(2), 2018.

RESUMO. O objetivo deste artigo é oferecer alguns possíveis operadores de leitura para o desenvolvimento de análises sobre a questão do suicídio na literatura. A proposta parte da constatação de que, apesar de o autoaniquilamento ser um tema recorrente em manifestações literárias das mais diversas épocas, parecemos não possuir uma tradição de estudos que o contemple com maior atenção. Diante desse problema, e tentando não incorrer em uma sistematização estanque, desenvolvemos aqui algumas reflexões sobre possibilidades de abordagem e direcionamentos teórico-críticos, com o intuito de contribuir para a elaboração de um campo consistente de análise do suicídio em estudos sobre literatura e outras manifestações artísticas.
Palavras-chave: suicídio; literatura; operadores de leitura.

Literature and suicide: reading operators

ABSTRACT. This article aims at offering some possible reading operators for the development of analyzes on the issue of suicide in literature. The proposal rises from the verification that, despite selfdestruction being a constant subject in literary manifestations from the most diverse times, we seem not to have a tradition of studies looking at it with greater attention. In face of such problem, and trying not to build a rigid systematization, we develop here some reflections on possibilities of approach and theoretical and critical directions, hoping to contribute for the elaboration of a consistent field of analysis of suicide in studies on literature and other artistic manifestations.
Keywords: suicide, literature, reading operators.

Introdução

Com a mesma constância que, em textos literários de autores e épocas diversas, aparece a questão do suicídio, também a atividade crítica se debruça sobre o assunto à medida que o objeto contemplado o pede. Afinal, sendo o tema de grande expressão – por exemplo, em muitos poemas de Sylvia Plath, ou em um romance como A redoma de vidro (2014), um olhar sobre a questão da morte voluntária será inevitavelmente requisitado, a depender da proposta analítica que se empreenda. O mesmo pode ser dito sobre os romances O náufrago (1996), de Thomas Bernhard, e As virgens suicidas (2013), de Jeffrey Eugenides, para nos atermos a um mínimo de exemplos bastante óbvios… [+]

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