Visto do exterior, cada ser é um acidente, uma mentira (salvo no amor, mas o amor se situa fora do conhecimento e da verdade). Talvez devêssemos olhar-nos de fora, mais ou menos como olhamos para os outros, e tentar não ter nada em comum com nós mesmos: se, em relação a mim, eu me portasse como um estrangeiro, me veria morrer com uma total falta de curiosidade; tal como a minha vida, a minha morte já não seria “minha”. Uma e outra, enquanto me pertencem e eu as assumo, representam provações que estão acima de minhas forças. Quando, ao contrário, me persuado de que elas carecem de existência intrínseca e que nem mesmo deveriam me concernir – que alívio!
CIORAN, “Paléontologie”, Le mauvais démiurge (1969)
Citações e trechos do livro Mente Zen, Mente de Principiante, de Shunryu Suzuki. Monge, filósofo e mestre do budismo Sōtō Zen, Shunryu Suzuki, ou Suzuki Roshi (1905 – 1971) foi um dos professores espirituais mais influentes do século XX. Profundamente respeitado no Japão, Suzuki deixou seu país e foi para os Estados Unidos em 1958, onde fundou o primeiro mosteiro Zen Budista fora da Ásia, em São Francisco (Califórnia). Através de sua grande sabedoria e personalidade carismática, Suzuki foi o primeiro mestre zen a ganhar popularidade no mundo ocidental, e seu livro, Mente Zen, Mente de Principiante, se tornou um dos mais vendidos da literatura espiritual moderna. ~ Corvo Seco