Bhagavan Sri Râmana Mahârshi (1879 – 1950), foi um mestre de Advaita Vedanta e um famoso santo do sul da Índia, considerado um dos maiores sábios de todos os tempos.
Seus ensinamentos, simples, profundos e lúcidos, estão registrados em um grande número de livros. A essência dos seus ensinamentos é o Vichara (auto-inquirição), ou investigação, onde por meio de questionamentos como: “Quem sou eu?”, ou, “De onde surge o pensamento ‘eu’?”, descobre-se a “Verdade, a nossa real natureza”.
Ramana nos alerta que não se trata de mero questionamento verbal, mecânico, mas de trazer sempre ao foco da atenção, por meio desse questionamento, a sensação de “eu sou”, que é a única coisa real, visto que todas as outras coisas mudam e passam, enquanto esta consciência do eu permanece.
Se nos buscamos fora de nós mesmos, encontraremos a catástrofe, erótica ou ideológica. Deve ser por isso que Ralph Waldo Emerson, em seu fundamental ensaio “Self-Reliance” [Autodependência] (1840), observou que “viajar é o paraíso dos tolos”. […] Buscar Deus fora do eu é cortejar os desastres do dogma, a corrupção institucional, a malfeitoria histórica e a crueldade.
Harold BLOOM, Presságios do milênio: anjos, sonhos e imortalidade