“O Anel de Giges: lições de ética dos gregos aos nossos dias” – Eduardo GIANNETTI e Eduardo WOLF

Na era da Internet 4.0 e da transparência total, dos hackers e da organização Anonymous, ninguém mais é invisível, ninguém mais pode agir levianamente na escuridão e sair impune. Sergio Moro e Deltan Dalagnoll que o digam. A fábula do anel de Giges – no segundo livro da República de Patão, em que um camponês encontra um anel que lhe concede o poder da invisibilidade – é a origem arquetípica da ficção de J.R.R. Tolkien, O Senhor dos Anéis. Neste sentido, a fábula também nos faz pensar nos múltiplos sigilos de 100 anos decretados pelo Genocida e que, se Deus quiser (e ele há de querer), serão trazidos à luz do escrutínio público por Luiz Inácio Lula da Silva.

Eduardo Giannetti faz uma reflexão a um só tempo acessível e erudita sobre a diferença entre ser e parecer. Citando Joseph Butler, ele afirma que, para compreender a fundo uma sociedade, basta prestar atenção ao que todos ou a maioria dentro dela se esforça para parecer que é. Na era do simulacro e da hiperexposição, à mulher de César basta parecer honesta. Investigando o experimento mental de se viver sem impedimentos ou censura social, e pondo à prova os ideais de plenitude e felicidade das tradições filosóficas ocidentais, Giannetti convida-nos a pensar sobre o que nos leva a agir como agimos, a sermos quem somos e a parecermos o que queremos parecer.

Eduardo Giannetti, é formado em Economia e Ciências Sociais pela USP e com Ph.D. em Economia pela Universidade de Cambridge, tendo lecionado em ambas as instituições e no INSPER-SP. É autor de 11 livros de ficção e de não ficção e foi agraciado com o Prêmio Jabuti em duas ocasiões. Autoengano, de 1997, vendeu mais de 60 mil exemplares e foi traduzido para Inglaterra, Itália, Holanda, Iugoslávia e Japão. Entre seus livros estão Felicidade, O valor do amanhã e A ilusão da alma – Biografia de uma ideia fixa, Trópicos Utópicos, O Elogio do Vira-Lata e O Anel de Giges (todos pela Companhia das Letras). Um dos maiores intelectuais públicos brasileiros, Eduardo Giannetti foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 2022.


CONTEÚDO RELACIONADO:

Publicidade