Os homens de ação, quando não têm fé, só acreditam no movimento da ação. O paradoxo insustentável de Hitler foi justamente querer fundar uma ordem estável baseada em um movimento perpétuo e uma negação. A verdadeira lógica desse dinamismo era a derrota total ou, de conquista em conquista, de inimigo em inimigo, o estabelecimento do Império do sangue e da ação. A ordem, por desgraça, raramente exige que se faça o bem. O puro dinamismo doutrinário não pode se dirigir para o bem, mas somente para a eficácia. (Camus)
CAMUS, “O Homem revoltado” (1951)
Michel Gherman é professor do departamento de sociologia e do Núcleo Interdisciplinar de Estudos Judaicos e do Programa de Pós-Graduação em História Social (PPGHIS) da UFRJ. Fez pós-doutorado na Universidade Ben-Gurion do Negev e é também coordenador acadêmico do Instituto Brasil-Israel.
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