Tese apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Doutor pelo Programa de Pós-graduação em Filosofia do Departamento de Filosofia da PUC-Rio, março de 2020.
A tese “À escuta da linguagem: Heidegger e Pessoa” busca, como o título sugere, uma aproximação entre o pensamento filosófico de Martin Heidegger e a linguagem poética de Fernando Pessoa acerca da linguagem originária. Buscamos desenvolver um estudo que tem como premissa o pensamento deixado pelo pensador-poeta desdobrando-se na linguagem do poeta-pensador. Da sombra desta inaparente relação, vislumbramos um caminho que desvela o entrelaçamento dos diversos fios da escrita de um e da poesia de outro na construção pensante e poética da linguagem originária, entendida a partir de uma experiência fundadora de linguagem. Trata-se de um dizer que faz aparecer, lugar em que a palavra é princípio de realidade, um aparecer que em sua imediatidade se faz linguagem originária, se faz poética da linguagem, o lugar do dizer. Ambos, filósofo e poeta, nos fazem entender que nosso estar no mundo é totalmente perpassado por uma experiência de sentido, na qual já estamos sempre inseridos. Nisso, há algo que se faz desde um imperativo vital: o homem desaparece, há apenas a entrega, o abandono à dimensão da transcendência, há apenas a espera e a escuta a desdobrar-se em abertura, de modo a dar vazão ao outro que o acomete a convocá-lo à consagração do instante.
Palavras-chave: Experiência; história; tempo; poesia; linguagem.
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