Em sua permanente denegação da realidade (brilhantemente ilustrada numa charge do jornal francês Le Monde), não caiu a ficha para muitos dos terroristas que tentaram dar um golpe de estado, na tarde do domingo 8/1, que (1) eles são criminosos e (2) que estão presos. Uma mulher que faz uma live dentro do cárcere, com um tom de dona-de-casa autoritária e golpista aos domingos, se queixa da comida: “Nem na cadeia é tão ruim assim” (sic), solta ela, revelando sintomaticamente uma dupla ilusão: (1) não estou presa; (2) mereço tratamento de rainha. Cadê os serventes? Cadê a “mucama”?
“BREVIÁRIO DA DECOMPOSIÇÃO BRASILEIRA”
ANTIPOLÍTICA ESCATOLÓGICA
Bolsonarista é “mané” 2x: primeiro, por não aceitar a derrota nas urnas, por via democrática; segundo, não aceitando, inconformado e ressentido, tentar um golpe e ser preso por isso. Pior: produzindo provas contra si, em tempo real, durante toda a perpetração do crime (vai ser burro assim na pequepê). Que espécie de gente pede para ser filmada defecando em cima da mesa? Realmente, tem que ser muito “mané”, para dizer o mínimo. Bolsonarismo não é só um atentado à democracia, é um atentado à civilização e ao homo sapiens.
Sem Internet 5G (mas com wi-fi). Os bolsonaristas que foram detidos pela Polícia Federal choram com as condições a que foram submetidos. Eles estariam num “campo de concentração” (até assim os bolsonaristas transpiram seu antissemitismo, na desfaçatez de comparar o ginásio poliesportivo da Polícia Federal com Auschwitz e no pouco caso com o Holocausto nazista). Afronta das afrontas: são obrigados a comer apenas linguiça com arroz e feijão. Risos.
“DIREITOS HUMANOS PARA HUMANOS DIREITOS”
(FILHO FEIO NÃO TEM PAI)

“Não se deixe enganar pelos cabelos brancos; os canalhas também envelhecem”, escreveu Rui Barbosa, numa pérola de moraliste. Ou, como reza o provérbio portenho, los pollitos y los boludos nacen en todo lugar (“os pintinhos e os pela-sacos nascem em todo lugar”). Pesar de quem tem pai ou mãe, tio ou tia, avô ou avó terrorista. Vagabundo não tem idade.
As velhinhas e o diabo. Dona Fátima, 67 anos, de Tubarão (SC), a velhinha que aparece dentro de um dos prédios invadidos, gritando “Vamos pra guerra! Vou pegar o Xandão!”, apesar da aparência de vovó patriota e boazinha, é uma bandida com ficha criminal, condenada em 2014 por narcotráfico envolvendo menores de idade. Contradição? Só em aparência. Que mais esperar? Dentre os bolsonaristas que se dizem “pessoas de bem”, o menos pior encoxa a mãe no tanque.
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