Ataques em Brasília: Lilia Schwarcz compara ação de golpistas ao Estado Islâmico | UOL News

O UOL Entrevista desta terça (17) recebe a historiadora e antropóloga Lilia Schwarcz. A entrevista é conduzida por Fabíola Cidral e os colunistas do UOL Josias de Souza e Carla Araújo.


O STF (Supremo Tribunal Federal) lançou em 17 de janeiro de 2023 a campanha publicitária “Democracia Inabalada”, em resposta aos atos extremistas que destruíram o edifício-sede da Corte e os prédios do Congresso e do Palácio do Planalto, no 8 de Janeiro. Vídeos e imagens serão divulgados na TV Justiça, em outras emissoras e sites. Os materiais também serão veiculados nos perfis nas redes sociais do Tribunal.


HISTÓRIA:
Destruição de Nimrud pelo “Estado Islâmico” gera indignação
(DW, 5 de março de 2015)

“Não podemos continuar calados. A destruição deliberada do patrimônio cultural constitui um crime de guerra, e apelo a todos os responsáveis políticos e religiosos para que se levantem contra essa nova barbárie”, escreveu, num comunicado, a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova… [+]


O crepúsculo da civilização começa no instante em que os habitantes da grande construção cultural são tomados pelo pressentimento de que nem mesmo os sistemas humanos mais sólidos do presente foram construídos para a eternidade. Eles estão sujeitos a uma fragilidade que é chamada também “historicidade”. Historicidade significa para as civilizações o que a mortalidade significa para o indivíduo. Na filosofia do século XX, no tocante ao indivíduo, isso tem sido chamado “ser-para-a-morte”. Nas culturas, isso é chamado consciência histórica.

Peter Sloterdijk, “Pós-Deus”

A moral da gangue é triunfo e vingança, derrota e ressentimento, inesgotavelmente. Quando Mussolini exaltava “as forças elementares do indivíduo”, anunciava a exaltação dos poderes obscuros do sangue e do instinto, a justificação biológica daquilo que o instinto de dominação produz de pior. No julgamento de Nuremberg, Frank ressaltou “o ódio à forma” que animava Hitler. É bem verdade que este homem era somente uma força em movimento, dirigida e tornada mais eficaz pelos cálculos da esperteza e pela implacável clarividência tática. Até mesmo sua forma física, medíocre e banal, não representava para ele um limite, fundia-o com a massa. Somente a ação o mantinha de pé. Para ele, ser era fazer. Eis por que Hitler e seu regime não podiam prescindir de inimigos. Dândis frenéticos, só podiam ser definidos em relação a esses inimigos, só podiam assumir uma forma no combate ferrenho que iria abatê-los. O judeu, os maçons, as plutocracias, os anglo-saxões, o eslavo bestial se sucederam na propaganda e na história para reerguer, cada vez um pouco mais alto, a força cega que marchava para o fim. O conflito perpétuo exigia estimulantes perpétuos.

CAMUS, “O homem revoltado”

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