“Solidariedade ou singularidade? Richard Rorty entre Romantismo e tecnocracia” – Nancy FRASER

Redescrições – Revista on line do GT de Pragmatismo e Filosofia Norte-americana, ano 2, número 1, 2010 [PDF]

Nada pode servir como uma crítica a um vocabulário final salvo um outro vocabulário deste tipo; não há resposta a uma redescrição salvo uma re-reredescrição.

Richard Rorty, Contingência, Ironia e Solidariedade

Considere a seguinte caracterização um tanto caricata do impulso Romântico. Pense neste impulso como a valorização da invenção individual entendida como autocriação. Um impulso Romântico deste tipo iria celebrar a figura do indivíduo extraordinário que não simplesmente representa, mas sim reescreve o roteiro cultural que seu meio socio-histórico preparou para ele. Iria representar este individual como um “gênio” ou “poeta forte”, independente da área de sua inventividade. A ciência, a política, o que quer que seja – do ponto de vista do impulso romântico, toda arena de invenção seria um ramo da filosofia em sentido largo, da mesma forma que todo ato significante seria um ato estético e toda criação, uma auto-criação. Aqui a inovação seria avaliada por conta própria; a simples diferença entre o que é meramente encontrado ou herdado, por um lado, e o que é criado ou inventado ex nihilo, por outro, seria o que conferiria valor e importância. Na medida em que o impulso Romântico expressa tal diferenciação como o fruto de indivíduos extraordinários, na medida em que os considera e às suas produções como a fonte de toda mudança histórica significativa, na medida em que considera a história em grande medida como a sucessão de tais gênios, torna-se estetizante, individualista e elitista. Ele é, em resumo, o impulso de se auto-criar, de ser causa sui, de se separar de sua própria comunidade. Assim, o emprego do pronome masculino é apropriado… [PDF]


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