O trabalho escravo é uma realidade duradoura nas áreas rurais brasileiras. A polícia descobriu recentemente que 200 trabalhadores do estado da Bahia estavam sendo submetidos à formas modernas de escravidão nas vinícolas Salton, Aurora e Garibaldi. O fato de tratar-se de empresas gaúchas, que operam na Serra Gaúcha, desmente o mito de que o trabalho escravo é algo que só ocorre nos grotões mais distantes do Brasil profundo.
Após a ação policial e a polêmica midiática, uma vez que se tratam de empresas muito conhecidas, e obviamente preocupadas com a imagem da marca, o vereador Sandro Fantinel (Patriota), mais bolsonarista que Bolsonaro, fez um discurso criminosamente xenofóbico, insultando os trabalhadores contratados no nordeste do Brasil e atenuando a gravidade do fato. Segundo ele, essas empresas deveriam parar de contratar esse “pessoal lá do alto”, porque seriam sujos, intratáveis e insubordinados, e começar a contratar argentinos, que seriam limpos, dóceis e obedientes. Graças ao discurso, que revela a espécie de ser que o vereador é, virou caso de polícia. Que seja cassado e condenado.
Discurso de vereador do Rio Grande do Sul vira caso de polícia. Sandro Fantinel, do Patriota, usou na tribuna para atacar trabalhadores resgatados em situação análoga à escravidão em vinículas da serra gaúcha.
A Nazi business model:
Uma rotina de tortura, humilhações e insalubridade. Felipe Freitas, secretário de Justiça e Direitos Humanos da Bahia, relatou em entrevista ao UOL News nesta quinta algumas das práticas a que eram submetidos os trabalhadores resgatados em vinícolas do Rio Grande do Sul, em condições análogas à escravidão.
As vinícolas do Rio Grande do Sul agora são nacionalmente famosas por escravizar trabalhadores. Esse setor tem representantes na política e alguns deles estão dizendo coisas inacreditáveis para defender a escravidão. Hoje, a gente vai mostrar um vereador asqueroso de Caxias do Sul e vai tentar extrair da fala dele algumas conclusões sobre os processos históricos que nos trazem até esse modelo de escravidão do século XXI.
As vinícolas do Rio Grande do Sul, acusadas de escravizar centenas de trabalhadores soltaram uma nota para explicar o que está acontecendo. E eles tem dois argumentos centrais para se defender; o primeiro argumento: os trabalhadores foram escravizados por empresas terceirizadas. O segundo argumento é o de que as políticas assistencialistas deixam os trabalhadores acomodados, então não tem jeito. Sim, eles conseguiram deixar tudo ainda mais revoltante.
As vinícolas do Rio Grande do Sul agora são nacionalmente famosas por escravizar trabalhadores. Um vereador de Caxias do Sul, tentando defender o setor, fez um discurso inacreditável.
CONTEÚDO RELACIONADO: