A PRF (Polícia Rodoviária Federal) resgatou desde 4ª feira (22.fev.2023) 206 trabalhadores em situação análoga à escravidão em Bento Gonçalves (RS). A corporação afirmou que eles “foram flagrados em condições degradantes”.
Segundo a polícia, o responsável pelo empresa que mantinha os trabalhadores nessas condições é Pedro Augusto Santana, de 45 anos, natural de Valente (BA). Ele pagou fiança depois de ser preso e foi solto.
A empresa de Pedro oferecia mão de obra para vinícolas da região da serra gaúcha. A polícia chegou ao empresário porque 3 trabalhadores conseguiram fugir de um alojamento em que eram mantidos contra a vontade e informaram as irregularidades.
Uma operação conjunta entre a Polícia Federal (PF), Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Gerência Regional do Trabalho resgatou, na tarde dessa 6ª feira (10.mar), 56 trabalhadores em condições análogas à escravidão em duas fazendas de arroz no interior de Uruguaiana (RS).
A polícia do Rio Grande do Sul acredita que o número de trabalhadores que vivam em condições análogas à escravidão pode ser maior que os 207 encontrados nos alojamentos das vinícolas. Novos depoimentos de safristas começam a surgir. São pessoas que conseguiram fugir e voltar para a Bahia.
Trabalhadores desmaiavam de fome e tinham desconto no salário, diz auditor (UOL, 12/03/2023)
A deputada estadual Laura Sito (PT-RS) fez uma ação em um mercado contra as vinícolas de onde 207 trabalhadores foram resgatados em Bento Gonçalves, na Serra do Rio Grande do Sul, no dia 22 de fevereiro. Boicotar marcas gaúchas como Aurora, Salton e Garibaldi é a mínima cidadania esperada de brasileiros que, não sendo racistas nem escravocratas, repudiam o racismo e a escravocracia.
O dinheiro de um banco público foi parar nos bolsos dos donos das vinícolas que usam trabalho de pessoas escravizadas. Isso obriga a gestão que está entrando agora com o terceiro governo Lula a se posicionar sobre como evitar que isso continue acontecendo no futuro.
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