In memoriam: María Liliana Herrera Alzate (1960-2019) Acaba de ser publicado, em inglês, um novo livro de exegese crítica sobre Cioran, uma exegese importante tanto pela temática quanto pela abordagem: Atormentado por Deus: o niilismo místico de Cioran (Libreria Editrice Vaticana, 2019), do filósofo e teólogo Mirko Integlia. Uma minuciosa análise textual e contextual, histórico-hermenêutica,… Continue lendo “Cioran, o místico de uma era pós-Deus”: entrevista com Mirko Integlia
Tag: Absoluto
Renúncia: covardia ou heroísmo moderno? (Emil Cioran)
Quando Buda fala de renúncia, é como se nós falássemos do amor. Renunciar com a naturalidade de uma flor que se fecha ao entardecer: esse é o segredo de uma renúncia que não poderemos realizar nunca, porque colocamos demasiada paixão nas negações. Não se tornam positivas todas as negações durante nossos momentos de tensão? Ao… Continue lendo Renúncia: covardia ou heroísmo moderno? (Emil Cioran)
“Kierkegaard, precursor do Antifilósofo cioraniano” – Rodrigo MENEZES
O prefácio de O Desespero Humano (1849) é bastante elucidativo da problemática existencial -- e religiosa -- colocada pelo pensamento kierkegaardiano, e também da sua divisa intelectual existencial-religiosa em oposição ao "totalitarismo" racionalista do Espírito absoluto hegeliano. "O professor, o mestre de estudos, o estudante e enfim o filósofo, amador ou formado não ficam na… Continue lendo “Kierkegaard, precursor do Antifilósofo cioraniano” – Rodrigo MENEZES
“Cioran: Solidão, Êxtase, Solidariedade” – Rodrigo MENEZES
Um comentário que sempre me chamou a atenção na entrevista de Cioran a Sylvie Jaudeau, e que me parece uma chave de leitura ao essencial do pensamento insone e errático de Cioran, é o seguinte: "A única experiência profunda é a que se realiza na solidão. Aquela que resulta de um contágio permanece superficial --… Continue lendo “Cioran: Solidão, Êxtase, Solidariedade” – Rodrigo MENEZES
Ceticismo e mística (Cioran)
Nada mais fácil do que desembaraçar-se da herança filosófica, pois as raízes da filosofia se detém em nossas incertezas, enquanto que as da santidade superam em profundidade o próprio sofrimento. A coragem suprema da filosofia é o ceticismo. Para além dele, não reconhece senão o caos. Um filósofo só pode evitar a mediocridade mediante o… Continue lendo Ceticismo e mística (Cioran)
“A linguagem da ironia” (E.M. Cioran)
Por muito perto que estejamos do Paraíso, a ironia vem afastar-nos dele. "Inépcias", diz-nos ela, "as vossas ideias de felicidade imemorial ou futura. Curai-vos das vossas nostalgias, da obsessão pueril do começo e do fim dos tempos. A eternidade, duração morta, só aos débeis interessa. Deixai vir o instante, deixai-o absorver os vossos sonhos." Voltamos… Continue lendo “A linguagem da ironia” (E.M. Cioran)
A categoria do religioso nos Cahiers de Cioran
Cioran não é um crente. Ele não possui o “órgão da fé”, como faz questão de deixar claro. É um douteur incurable ("duvidador incurável") e, mais do que isso, um negador incurável. Não é, decididamente, um pensador cristão como Kierkegaard, Unamuno, ou mesmo Dostoiévski, muito embora se sinta familiarizado a eles. Ao mesmo tempo, não… Continue lendo A categoria do religioso nos Cahiers de Cioran
“A vontade de crer” – CIORAN
AS GRANDES ILUSÕES que acompanham o movimento religioso contemporâneo desaparecem em sua maior parte. Não que ele tenham sido completamente artificial e, portanto, artificialmente amplificado. Mas o que o determinava — e que resultava em grande medida de um certo formalismo — arruinou a confiança na sinceridade da experiência religiosa. Que sentido pode ter o movimento religioso… Continue lendo “A vontade de crer” – CIORAN
“O religioso, questão de intensidade” (Emil Cioran)
O RELIGIOSO não é uma questão de conteúdo, mas de intensidade. Deus determina-se como momento de nossos frenesis, e o mundo que habitamos torna-se raramente objeto da sensibilidade religiosa, pelo fato de que pensar só é possível nos instantes neutros. Sem "febre", não ultrapassamos o campo da percepção -- o que equivale a dizer que… Continue lendo “O religioso, questão de intensidade” (Emil Cioran)
Você precisa fazer login para comentar.