Cioran, um autor para crentes e descrentes, místicos e niilistas, para “os que creem em tudo e os que não creem em nada” (antologia)

Uma seleção de aforismos e fragmentos que ilustram a dualidade fundamental do pensamento de Cioran, dividido (e indeciso), como um "Hamlet" balcânico, entre o Absoluto e a existência, Deus e o Nada, a necessidade de salvação ou délivrance (libertação) e a "tentação de existir". Numa passagem d'O Livro das ilusões, incluída nesta antologia, o jovem… Continue lendo Cioran, um autor para crentes e descrentes, místicos e niilistas, para “os que creem em tudo e os que não creem em nada” (antologia)

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“Teologia” – CIORAN

Estou de bom humor: Deus é bom; estou melancólico: é mau; indiferente: é neutro. Meus estados lhe conferem atributos correspondentes: quando gosto do saber, é onisciente, e quando adoro a força, é todo-poderoso. Parece-me que as coisas existem? Ele existe; parecem-me ilusórias? Ele se evapora. Mil argumentos o apoiam, mil o destroem; se meus entusiasmos… Continue lendo “Teologia” – CIORAN

Imagens de Deus no Livro das Ilusões (1936), de Emil Cioran

A ideia fixa do sistema não é menos suspeita quando se aplica ao estudo dos místicos. Trata-se de uma atitude ainda tolerável no caso de Mestre Eckhart, porque ele próprio teve o cuidado de disciplinar o seu pensamento: pois não era ele um pregador? [..] Mas que dizer de um Angelus Silesius, cujos dísticos se… Continue lendo Imagens de Deus no Livro das Ilusões (1936), de Emil Cioran

Crer ou não crer? Eis a falsa questão, segundo Cioran

Cioran manifestou, em mais de uma ocasião, a opinião de que esta pergunta, assim formulada, é no mínimo uma pergunta mal formulada, se não uma questão fundamentalmente falsa, pertencente à esfera desses preconceitos atávicos e debilitantes que constituem a mentalidade e a cultura de um povo, ou de toda uma civilização Não é fácil falar… Continue lendo Crer ou não crer? Eis a falsa questão, segundo Cioran

“A Metafísica da Negação” – Eduardo FRIEIRO

Correio da Manhã, ano LXM, no 21.244, 30 junho de 1962 Que é que me agrada em  E. M. Cioran, o escritor romeno de língua francesa, ido agora na sua pátria intelectual como um estilista sem par? Antes de nada, e sobretudo, a feição de seu espírito, que é, vincadamente, a de um “moralista”, bem… Continue lendo “A Metafísica da Negação” – Eduardo FRIEIRO

“O comércio dos místicos” (E.M. Cioran)

Video-leitura experimental de um importante ensaio, visualmente ilustrado e comentado com imagens e cenas de filmes diversos: "O comércio dos místicos" é um texto-chave, parte integrante de um livro não menos importante, apesar de não tão lido e conhecido como o Breviário de Decomposição (1949): A Tentação de Existir (1957), o terceiro livro de Cioran… Continue lendo “O comércio dos místicos” (E.M. Cioran)

Cioran: Pensador Cantor com uma Alma Perdidamente Musical

"Não se pode eludir a existência com explicações, só se pode suportá-la, amá-la ou odiá-la, adorá-la ou temê-la, nessa alternância de felicidade e de horror que exprime o ritmo mesmo do ser, suas oscilações, suas dissonâncias, suas veemências amargas ou alegres."Breviário de decomposição "Sem o imperialismo do conceito, a música teria substituído a filosofia: teria… Continue lendo Cioran: Pensador Cantor com uma Alma Perdidamente Musical

Um místico sem absoluto: “Cioran, l’hérétique”, de Patrice Bollon – Rodrigo Menezes

A biografia crítica de Patrice Bollon, Cioran, l’hérétique (1997) não acrescenta muita coisa, no que concerne ao tema da religião e da mística, em relação ao ensaio de Jaudeau (1990) – antes reitera o que já havia sido intuído e apontado pela antecessora (por exemplo, que se trata de um gnóstico sem deus e sem… Continue lendo Um místico sem absoluto: “Cioran, l’hérétique”, de Patrice Bollon – Rodrigo Menezes

“Um sábio enxertado num leproso: Cioran entre Montaigne e Pascal” (Rodrigo Inácio R. Sá Menezes)

Homo sunt; nihil humani a me alienum puto. É sabido que uma das principais influências de Cioran é Blaise Pascal (1623-1662), que por sinal Clément Rosset tanto apreciava pelo seu "lado trágico", ou seja, por tudo aquilo que é o menos essencial em Pascal (Rosset reúne Pascal a Demócrito, Lucrécio e Nietzsche numa família de… Continue lendo “Um sábio enxertado num leproso: Cioran entre Montaigne e Pascal” (Rodrigo Inácio R. Sá Menezes)

“O comércio dos místicos” – CIORAN

Nada mais irritante do que essas obras que apresentam bem ordenadas as ideias densas de um espírito que se preocupou com tudo excepto com o sistema. De que serve dar uma aparência de coerência às de Nietzsche, a pretexto de que se movem em torno de um motivo central? Nietzsche é uma soma de atitudes,… Continue lendo “O comércio dos místicos” – CIORAN