“A ânsia de primar” – CIORAN

Um César está mais próximo de um prefeito de lugarejo que de um espírito soberanamente lúcido mas desprovido de instinto de dominação. O importante é mandar: a isso aspira a quase totalidade dos homens. Se tem em suas mãos um império, uma tribo, uma família ou um criado, empregue seu talento de tirano, glorioso ou… Continue lendo “A ânsia de primar” – CIORAN

Publicidade

“Lutero” – E. M. CIORAN

Ter fé não é tudo; importa ainda sofrê-la como uma maldição, ver em Deus um inimigo, um carrasco, um monstro e, todavia, amá-lo, projectando nele toda a. inumanidade de que dispomos, com que sonhamos… A Igreja fez de Lutero um ser pálido, degenerado, amável; Lutero protesta: Deus, sustenta ele, não é. o «tolo», nem o… Continue lendo “Lutero” – E. M. CIORAN

Imagens de Deus no Livro das Ilusões (1936), de Emil Cioran

A ideia fixa do sistema não é menos suspeita quando se aplica ao estudo dos místicos. Trata-se de uma atitude ainda tolerável no caso de Mestre Eckhart, porque ele próprio teve o cuidado de disciplinar o seu pensamento: pois não era ele um pregador? [..] Mas que dizer de um Angelus Silesius, cujos dísticos se… Continue lendo Imagens de Deus no Livro das Ilusões (1936), de Emil Cioran

“O Tradicionalista e o Gnóstico” – Rodrigo Menezes

Se nos buscamos fora de nós mesmos, encontraremos a catástrofe, erótica ou ideológica. Deve ser por isso que Ralph Waldo Emerson, em seu fundamental ensaio “Self-reliance” [Autodependência] (1840), observou que “viajar é o paraíso dos tolos”. [...] Buscar Deus fora do eu é cortejar os desastres do dogma, a corrupção institucional, a malfeitoria histórica e a crueldade.Harold BLOOM,… Continue lendo “O Tradicionalista e o Gnóstico” – Rodrigo Menezes

“Dos males, qual o pior? Acaso trágico e fatalismo gnóstico em Clément Rosset e Emil Cioran” – Rodrigo Menezes

Clément Rosset critica Georges Bataille, em sua Lógica do pior (1971), por supostamente mistificar o saber trágico e a consciência trágica, dando a entender que seriam o apanágio de um seleto grupo de intelectuais iluminados (a começar por Bataille, provoca Rosset), graças a um suposto "despertar" espiritual que nem todos os mortais podem ter. Esta… Continue lendo “Dos males, qual o pior? Acaso trágico e fatalismo gnóstico em Clément Rosset e Emil Cioran” – Rodrigo Menezes

“Uma breve história do tempo verdadeiro” – Peter SLOTERDIJK

Segundo uma palavra de Adolf von Harnack, a gnose significa a helenização aguda do cristianismo. Isso continuaria sendo uma observação profunda, mesmo se conseguissem comprovar as hipóteses da origem não cristã da gnose. Pois independentemente de onde a gnose possa ter surgido — no judaísmo herético-apocalíptico, no dualismo iraniano, num platonismo orientalizado, na hermética ou… Continue lendo “Uma breve história do tempo verdadeiro” – Peter SLOTERDIJK

Cioran e o sonho ridículo de “recomeçar o Conhecimento”: uma questão de vida ou morte (e uma causa perdida de antemão)

Um livro de Cioran muito importante, parte integrante da sua produção francesa intermediária, é La chute dans le temps (1964). À diferença dos demais, talvez a maioria deles, pelos quais Cioran tornar-se-ia conhecido como um mestre do aforismo, do estilo aforismático (conciso, lapidar, epigramático), este é um livro de ensaios (essais), textos dissertativos (ou, melhor… Continue lendo Cioran e o sonho ridículo de “recomeçar o Conhecimento”: uma questão de vida ou morte (e uma causa perdida de antemão)

“Só através do coração sabemos que algo muda”: entrevista com Simona Constantinovici sobre o Dicţionar de Termeni Cioranieni (3/3)

"Todo escritor deve ser conhecido assim, em sua inteireza, e não apenas em fragmentos. Ou melhor, um fragmento deve ser comparado sempre com as demais partes integrantes da obra para que, finalmente, se possa extrair uma rede de significados, uma substância ativa, um genoma, um DNA de identificação. Mas, como apenas em fragmentos podemos explorar… Continue lendo “Só através do coração sabemos que algo muda”: entrevista com Simona Constantinovici sobre o Dicţionar de Termeni Cioranieni (3/3)

“Dios: ausencia y barbarie” (Liliana Herrera)

Espacio M. Liliana Herrera A. 🇨🇴

NOVUM, Revista de Ciencias Sociales Aplicadas de la Facultad de Administración de la Universidad Nacional de Colombia, vo. 4, nr. 9, 1992.

Introducción a una investigación sobre “Caída y Civilización”. Se elaboró como parte de la conceptualización para el proyecto: “Alternativa cultural para el fenómeno de la Droga en Manizales”.

Hice bien en dejarme llevar por la gran ola divina (…). No me ha salvado ni de la muerte, ni del mal, ni del crimen, pues gracias a ellos nos salvamos. Me ha salvado tan sólo de la felicidad.

M. Yourcenar

Casi con acierto podemos iniciar nuestro ensayo con una cita de Steiner que da cuenta de nuestras inquietudes respecto al problema de la decadencia de la cultura entendida desde una perspectiva metafísica de doble movimiento por la cual los procesos de modernización constituyen el elemento mediador con el que queremos sostener, al tenor de Cioran, la devastación espiritual…

Ver o post original 2.445 mais palavras

“Não resistência à noite” (E.M. Cioran)

No começo, acreditamos avançar para a luz; depois, fatigados por uma marcha sem fim, deixamo-nos deslizar: a terra, cada vez menos firme, não nos suporta mais: abre-se. Em vão buscaríamos perseguir um trajeto para um fim ensolarado, as trevas se dilatam ao redor e dentro de nós. Nenhuma luz para iluminar-nos em nosso deslizamento: o… Continue lendo “Não resistência à noite” (E.M. Cioran)