“O conhecimento arruína o amor”: o conflito entre Logos e Eros no pessimismo antropológico de Cioran

O conhecimento arruína o amor: à medida que desvendamos nossos próprios segredos, detestamos nossos semelhantes precisamente porque se assemelham a nós. Quando já não se tem ilusões sobre si mesmo, também não se tem sobre os outros; o inominável, que se descobre por introspecção, estende se, por uma generalização legítima, ao resto dos mortais; depravados… Continue lendo “O conhecimento arruína o amor”: o conflito entre Logos e Eros no pessimismo antropológico de Cioran

“Utopias e distopias no colapso da modernização, ou: como a crise altera os nossos regimes de expectativa” – Thiago CANETTIERI

Revista Indisciplinar, UFMG, vol. 6, no 2 (2020) Resumo Neste ensaio, pretendo perseguir uma intuição: está definitivamente terminada a era das utopias. Se algum dia já se sonhou em como as coisas poderiam ser melhores no futuro, esse tempo terminou. Soa como um enorme anacronismo alguém falar de uma utopia – seja lá de que… Continue lendo “Utopias e distopias no colapso da modernização, ou: como a crise altera os nossos regimes de expectativa” – Thiago CANETTIERI

Cioran, um autor para crentes e descrentes, místicos e niilistas, para “os que creem em tudo e os que não creem em nada” (antologia)

Uma seleção de aforismos e fragmentos que ilustram a dualidade fundamental do pensamento de Cioran, dividido (e indeciso), como um "Hamlet" balcânico, entre o Absoluto e a existência, Deus e o Nada, a necessidade de salvação ou délivrance (libertação) e a "tentação de existir". Numa passagem d'O Livro das ilusões, incluída nesta antologia, o jovem… Continue lendo Cioran, um autor para crentes e descrentes, místicos e niilistas, para “os que creem em tudo e os que não creem em nada” (antologia)

“María Zambrano: uma presença decisiva” – CIORAN

A partir do momento em que uma mulher se dedica à filosofia se torna pretensiosa e agressiva, agindo como um novo-rico. Arrogante e no entanto insegura, visivelmente espantada, certamente não se acha no seu elemento. Por que, na presença de Maria Zambrano, nunca sentimos o mal-estar dessa situação? Eu me fiz muitas vezes a pergunta… Continue lendo “María Zambrano: uma presença decisiva” – CIORAN

“E o povo?” – CIORAN

“E o povo?”, perguntarão. O pensador ou o historiador que emprega esta palavra sem ironia se desacredita. O “povo”, sabe-se muito bem a que está destinado: a sofrer os acontecimentos e as fantasias dos governantes, prestando-se a desígnios que o enfraquecem e o oprimem. Toda experiência política, por mais “avançada” que seja, desenrola-se à sua… Continue lendo “E o povo?” – CIORAN

Cioran e as “nuanças do pior” entre o inferno e um “paraíso desolador” (carta a um amigo longínquo)

A diferença entre os regimes é menos importante do que parece; vocês estão sós forçados, nós o estamos sem nenhuma pressão. É tão grande a distância entre o inferno e um paraíso desolador? Todas as sociedades são más; mas há graus, reconheço, e se escolho esta, é porque sei distinguir entre as nuanças do pior.Cioran,… Continue lendo Cioran e as “nuanças do pior” entre o inferno e um “paraíso desolador” (carta a um amigo longínquo)

Emil Cioran y María Zambrano: memória de um encontro

Cena do documentário "María Zambrano: la humanista indignada" (1991), transmitido pela emissora espanhola TVE em 2004, por ocasião do centenário de nascimento desta importante filósofa espanhola (1904-1991), discípula de Ortega y Gasset, de quem Cioran quis ser aluno, mas teve seus planos frustrados pela eclosão da Guerra Civil espanhola, a mesma que faria Zambrano exilar-se… Continue lendo Emil Cioran y María Zambrano: memória de um encontro

“A Rússia e o vírus da liberdade” – CIORAN

Que a Rússia seja capaz de realizar o seu sonho de um império universal, é uma eventualidade, mas não uma certeza; em compensação, é óbvio que pode conquistar e anexar toda a Europa, e mesmo que o fará, nem que seja para tranquilizar o resto do mundo… Ela se satisfaz com tão pouco! Onde encontrar… Continue lendo “A Rússia e o vírus da liberdade” – CIORAN

“Mas, Cioran, atman ou anatman? Eis a questão” – Rodrigo MENEZES

“Na história há dois fenômenos que representam para mim o ponto mais elevado: a metafísica indiana e a música alemã. […] Se houvesse um processo, no qual o homem fosse acusado, poderia se defender com esses dois fenômenos. Pessoalmente, através da metafísica indiana consegui penetrar mais profundamente nos problemas filosóficos, e, com a música alemã,… Continue lendo “Mas, Cioran, atman ou anatman? Eis a questão” – Rodrigo MENEZES

Purismo, Impurismo e a Antropologia Trágica no Livro das Ilusões – CIORAN

I will join with black despair against my soul, and to myself become an enemy.SHAKESPEARE, Richard III (epígrafe do Breviário de decomposição) O espírito não tem defesa contra os miasmas que o assaltam, pois surgem do lugar mais corrompido que existe entre a terra e o céu, do lugar onde a loucura jaz na ternura,… Continue lendo Purismo, Impurismo e a Antropologia Trágica no Livro das Ilusões – CIORAN