Fora das sombras: as pessoas nascidas de estupros | Documentário BBC ▶️

O que acontece quando um filho descobre que é fruto de uma brutal violência sexual sofrida pela mãe?

Sammy Woodhouse foi estuprada quando era adolescente e teve um bebê aos 15 anos. Sammy nutre um enorme amor pelo filho, mas a história sobre como ele foi concebido paira sobre a família. Neste documentário da BBC, ela enfrenta o tabu de falar sobre o tema e questiona o que poucos ousam perguntar. Sammy conhece outras pessoas – mães e filhos – que vivem experiências semelhantes, na tentativa de se reconciliar com seu passado e superar o estigma. Confira no vídeo.


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Pastor diz que mulher deve fazer sexo mesmo sem ter vontade: ‘Deus mandou’

UOL, 18 de junho de 2024

O apóstolo Adelino de Carvalho, da Igreja Reino dos Céus, disse durante pregação que a mulher “deve dar para o marido” mesmo que esteja sem vontade de fazer sexo porque, caso ele busque outra mulher fora do casamento, a “culpa” é dela.

Carvalho afirma que sua igreja tem foco na família e que, para quem tem a mente “podre”, o sexo é visto como “putaria, podridão”, mas que se trata de um ato “criado por Deus para o casamento”. “Esse ato de um dar o corpo para o outro é sagrado. No casamento, só o homem sacrifica ou a mulher tem que sacrificar também? Os dois. Igreja que prega contra o sacrifício é [igreja] de miserável, avarento, endemoniado”, iniciou o religioso, em vídeo publicado no canal do YouTube da igreja no dia 5 de junho.

Apóstolo alega que a mulher que cria desculpas para não transar com o marido é uma “infeliz” e “pecadora”. “Aquela mulher que o marido faz tudo por ela, chega à noite ele quer um carinho, a infeliz fala que está com dor de cabeça e não está… A senhora está pecando, irmã. Se o seu marido é um homem bom para a senhora, a noite a senhora tem que dar para ele. E não fica com vergonha, que foi Deus quem mandou a senhora dar para o seu marido. Preciso ser mais explícito?”. [+]


Estuprada pelo marido da avó, menina de SP viaja até a BA para interromper gestação de 31 semanas

Folha de S. Paulo, 19 de junho de 2024

Vânia (o nome é fictício), 30, que mora na Grande São Paulo, só soube que a filha Karen (o nome é fictício) tinha sido abusada pelo marido da sua mãe quando notou o aumento do volume abdominal. “Mãe, tem alguma coisa mexendo na minha barriga”, disse a menina, à época com 14 anos e na 29ª semana de gestação.

Após registrar um boletim de ocorrência, elas procuraram o Hospital da Mulher, na capital paulista. Lá, Karen foi submetida a exames, tomou o coquetel preconizado para casos de violência sexual, mas foi informada de que, no local, abortos legais só ocorriam até a 20ª semana de gestação.

No Hospital Maternidade Vila Nova Cachoeirinha, também não conseguiu ter acesso ao aborto legal porque a prefeitura havia suspendido os procedimentos.

Mãe e filha precisaram se deslocar de ônibus até Salvador (BA) para a interrupção da gestação. Foram dois dias e cinco horas de estrada. O estuprador continua foragido. “Minha filha sempre pergunta: ‘e aí, mãe, não vai acontecer nada com ele? Por que ele não foi preso se ele cometeu um crime?'”, diz a mãe… [+]