“Literatura e pensamento crítico contra a guerra cultural bolsonarista” – João Cezar de Castro Rocha | TV 247 ▶️

17 de abril de 2022 | Guerra cultural e retórica do ódio é um ensaio escrito em prosa literária e que oferece uma descrição inovadora do bolsonarismo, entendido em sua dinâmica própria. Um dos pontos altos do livro é a análise da escalada golpista nos meses de abril e maio de 2020, assim como a previsão de novas tentativas, intrínsecas ao projeto autoritário.

O bolsonarismo implica uma visão de mundo bélica, expressa numa linguagem específica, a retórica do ódio, e codificada numa estrutura de pensamento coesa, composta por labirínticas teorias conspiratórias. O livro desvenda cada um desses elementos.

A visão de mundo bélica supõe a atualização da Lei de Segurança Nacional (LSN) em tempos democráticos – e são ameaçadoras as consequências desse gesto. Durante a formação do jovem militar Jair Messias Bolsonaro, estava vigente a LSN promulgada em 1969. Em seus 107 artigos, o substantivo morte aparece 32 vezes e 15 artigos prescreviam a pena de morte. O eixo dessa LSN era a identificação do inimigo interno e sua eliminação imediata. Eis aí o cerne da mentalidade bolsonarista.


‘Orvil’, livro secreto da ditadura, inspira guerra cultural de Bolsonaro

Pesquisador aponta obra escrita ao fim do regime militar e vetada por Sarney como um dos pilares do bolsonarismo

Folha de S. Paulo, 15 de maio de 2020

Esta é a história de uma obra que esteve oculta. Seu título oficial é O Livro Negro do Terrorismo no Brasil, mas é conhecida mesmo como “Orvil” —livro de trás para a frente.

De trás para a frente porque é o reverso de “Brasil Nunca Mais”, publicação que há mais de 30 anos denunciou os crimes da ditadura, com torturas, mortes e desaparecimentos, a partir de processos da Justiça Militar… [+]

Nscido em 1965, no Rio de Janeiro, João Cezar de Castro Rocha é um escritor, historiador e professor de literatura comparada. Foi aluno de René Girard e orientado por Hans Ulrich Gumbrecht em Stanford. Tido como um dos intelectuais brasileiros mais importantes da atualidade, seus estudos concentram-se na contribuição da teoria mimética de Girard para a América Latina, bem como na atualidade do movimento antropofágico e dos escritos de Machado de Assis no Brasil contemporâneo.


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