27 de junho de 2024 | Reportagem de Jamil Chade mostra que o avanço da extrema direita na França abre caminho para campanhas cada vez mais explícitas em seu tom xenófobo. Nesta semana, um dos grupos ultraconservadores do país, o Partido da França (Partie de la France), distribuiu cartazes com um garoto branco, de olhos azuis e o slogan: “Vamos dar um futuro às crianças brancas.”
O avanço da extrema direita na França abre caminho para campanhas cada vez mais explícitas em seu tom xenófobo. Nesta semana, um dos grupos ultraconservadores do país, o Partido da França, distribuiu cartazes com um garoto branco, de olhos azuis e um slogan:
“Vamos dar um futuro às crianças brancas.”
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A campanha foi descoberta na região de Lorraine e faz parte do processo eleitoral para escolher a nova Assembleia Geral, a partir do próximo fim de semana. O movimento liderado por Marine Le Pen lidera nas pesquisas de opinião e espera conseguir assentos suficientes para nomear um primeiro-ministro.
Nos últimos dias, seu partido passou a questionar os franceses com dupla nacionalidade e até mesmo a capacidade de o presidente Emmanuel Macron ser o chefe das Forças Armadas do país.
O cartaz na pequena região da França não faz parte do movimento de Le Pen. Mas, ainda assim, revela o fim de qualquer constrangimento ao divulgar mensagens racistas… [+]
THÉORIE DU GRAND REMPLACEMENT
Grande Substituição (Grand Remplacement em francês), “teoria da substituição” em português, é uma teoria conspiratória de extrema-direita, de índole supremacista-branca e ultranacionalista, disseminada pelo autor francês Renaud Camus. A teoria afirma que, com a cumplicidade ou cooperação das elites, a população francesa — bem como qualquer outra população europeia — está sendo substituída demográfica e culturalmente por povos não europeus — especificamente por populações árabes, do Oriente Médio, da África e da Ásia — através da migração em massa, do crescimento demográfico e de uma queda na taxa de natalidade europeia.
Embora temas semelhantes tenham caracterizado várias teorias de extrema-direita desde o final do século XIX, o termo em particular foi popularizado por Camus em seu livro de 2011, Le Grand Remplacement. O livro associa especificamente a presença de muçulmanos na França ao potencial perigo e destruição da cultura e civilização francesas. Camus e outros teóricos da conspiração atribuem esse processo a políticas intencionais promovidas por elites globais e liberais (os “remplacistes“) de dentro do governo da França, da União Europeia ou das Nações Unidas; eles o descrevem como um “genocídio por substituição”.
A teoria é popular entre os movimentos de extrema-direita anti-imigrantes no Ocidente. Ela se alinha e faz parte da teoria da conspiração do genocídio branco maior, exceto na substituição estratégica de mentiras antissemitas por islamofóbicas. Esta substituição, juntamente com o uso de slogans simples, foram citados como razões para seu maior apelo em um contexto pan-europeu. (Wikipedia)
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